domingo, 18 de maio de 2008

Vida longa alRei

Deixem o cavalaria entrar
Para a despedida delRei.
Abram todos os portões
Para os missionários idiotas marcharem
Em direçom ao trono.
Estendam o tapete
Sobre a ponte levadiça
E ergam as muralhas
Para a invasão dos palmeirins revolucionários.
Evacuem o barbacã
E desarmem as armadilhas
Qui sempr'eles tentaron capturar.
Retirem os velas dos trabucos
A fim de nom se sujarem
Com o coragem alheia.
Avisem os outros castros e comunas
Das minas formidáveis na muralha;
Dos aríetes espalhados aos quatro ventos
E dos vermes aterrados na vala:
Estamos cercados.
Escutem o rauco brabo da corneta
E se protejam contra os emcombros
Na torre de menagem, vazia.
Ignorem os gritos da guilhotinha raivosa
E os pedaços dos homens,
Feito a mão da rainha,
Que esperando por um beijo amabile de despedida,
Termina pisada pela multidão germinal.

Vocês, revolucionários ad hoc,
Que traem princípios para não morrerem,
Observem a planeta girar
Em torno da cabeça delRei, del mui amabile Rei.
E de seus pedaços espalhados aos quatro ventos,
Sem nenhum pingo de arrependimento em seu sangue Real.
Vocês lembrados pelo coletivo da classe;
e Ele, pelo nome digno de um Rei,
que, agora, faz parte da História
Para sempre
Pelo bem, ou pelo mal.

sábado, 17 de maio de 2008

Secos e Molhados

O Sol esquecido em meu bolso.
A calça lavada, secada, guardada.
Aquela noite que parecia eterna
E todos cismando em me falar que tudo passa...
Estou ficando cego.

As pessoas preocupadas com a programação do final de semana.
O Sol perdido.
O varal batendo no chão de tão pesado,
Enquanto a luz vinha dos faróis dos carros, parados, nos postos de gasolina
E do meu coração em chamas.
Estou morrendo.

As nuvens carregadas traziam o presságio da chuva.
E as pessoas tomando vacinas para doenças
que nem sequer chegaram a existir.
As roupas esquecidas no varal.
E meus olhos bem abertos na varanda
Tentam aceitar que o Sol se foi para sempre.
Trovões.

As pessoas andando apressadas, ocupadas.
Eu assisto o escuro em silêncio.
O Sol perdido no bolso daquela calça que ninguém usa
E que que ninguém tem coragem de doar para a campanha de agasalhos.
Eu também não.
Os fósforos molhados não prestam depois de secos.
E, por mais que eu não quisesse,
Era triste perceber que
O Sol também não.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Oração do desamor

Observando você me observar.
Oi.
E aquele oi de resposta que finge que nada está acontecendo.
Eu sei que você não me esqueceu
Porque sua amiga me disse
E porque suas olheiras não te deixam mentir.

Sou a sombra por trás da sombra em seus olhos.
Bu!
E aquele oi de surpresa que finge que nada está acontecendo.
Eu sei que você me espiona
Na espera de que eu note
Para ter um motivo para falar comigo.
E mesmo que tente dizer a si mesma que nunca me amou,
Continua sendo a sua letra naquelas cartas.

Sentindo você me sentir.
Tchau!
E aquele tchau de orgulho que finge que nada está acontecendo.
Eu sei que você está aí.
E é triste saber que tudo ainda está acontecendo,
e nunca deixou de acontecer.
Porque eu posso te esquecer,
Mas já que não posso desbeijar,
uma vez beijada,
Só me resta rezar.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Estado de Sítio

Escrevo sobre você.
Escrevo sobre como eu me apaixono rápido.
E todos os meus passos, todos os meus sonhos, todos os versos implícitos,
Eram intervalos de silêncio do meu mundo incompleto gritando por você.

Aquele olhar discreto que berra por atenção;
Sentar na cadeira ao seu lado sem querer, querendo;
Perguntar quanto tempo falta para terminar essa aula chata... -
E me contentar em escutar tua voz dizendo as horas,
Enquanto eu leio claramente as legendas platônicas saindo de teus lábios:
Vamos fugir.

Pego o carro, giro a chave - o motor é você.
Compro o jornal, viro a página - as letras são você.
Sonho acordado, vou às estrelas - o universo é você.
Cheque mate no xadrez que jogo com minha solidão -
Você; tudo você, sempre você.

E essa paixão pesando um peso maior que meu corpo.
E eu, mesmo assim, pra qualquer lugar,
Eu quero te carregar comigo.
Como os afluentes carregam as folhas que caem no presságio do inverno
(Ou do teu vendaval)
Para se perderem na vastidão do rio.

Eu me perdi.
Eu quero me perder em você
Até me encontrar na vastidão desse rio que, de tão completo, transborda e inunda a Terra e mata pessoas inocentes.
Mas, de qualquer jeito, meus pés nunca estiveram no chão.
Eu não morri.
E agora eu agradeço por sobreviver a essa catástrofe, nas vantagens que a ilusão nos traz,
Por poder virar a esquina e continuar dizendo
Que continuo escrevendo sobre como eu continuo me apaixonando rápido.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Mamma Mia!

À luz de velas, um parmigiano e meus fartos cílios turcos lambendo o mesmo ar que você respira.
Mascarpone nos dedos e o calzone esquecido do outro lado da mesa; teus lábios perfeitos não podem esperar.
A mozzarella bruscamente cortada esparrama-se no chão enquanto eu me aproximo de ti com as piores intenções do mundo.
Azedume das alcaparras na ponta dos dedos de mascarpone - e os seus lábios espreitando o calor do meu toque sutil.
Esse jantar está só começando...

MAMMA MIA!
A gente aqui e a pasta pegando fogo na cozinha...

Agora sim, mangiare, deixa eu te mostrar o que é comer bem.

Enrosque a massa por entre os dentes do garfo com a ajuda da colher; com a ajuda da minha mão de mascarpone;
Com a minha ajuda a pressionar meu corpo contra o teu como se fôssemos dividir o mesmo talher, a mesma cadeira;
A mesma boca que suga o spaghetti até o encontro dos lábios, sedentos.

E o olhar do depois que fita a pasta como quem fita a maior batalha da história do Coliseu com uma excitação transgressora.
Leão; que cheira o Chianti na taça como quem cheira sua nuca, no cio;
E imobiliza teu pescoço com os dedos de mascarpone, melados, enquanto arrasta a barba do outro lado;
Como quem escreve al dente na tua pele: é hora da sobremesa.

Mamma Mia,
E pensar que esse jantar está só começando...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Luz (Diga X)

Perto de você,
Longe de mim,
Junto de nós -
E o sol se pondo sobre as nossas cabeças...

Eu,
você,
nós.
- X (!)
Luz;
sempre luz.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Gripe (2)

Mais um dia na minha pele...
E a gripe que não sai,
estoura meus tímpanos com o espirro.
Atchim!
Adeus.

Os letreiros luminosos, as placas de propaganda, até os semáforos...!
Nada faz sentido.
Atropelo um velho indefeso
E finjo que foi um quebra-molas
pra não ter que olhar pra trás.
A luz me incomoda.

Anticorpos contra palavras e chutes.
Nada me derruba quando eu já estou no chão.
E a resposta ao seu tapa,
É meu nariz escorrendo.
Assuando a coriza em que bóia meu cérebro,
Eu bóio também
No ócio da doença.

As notícias do que aconteceu ontem,
Seus planos interessantíssimos para o dia de amanhã...
E meu olho ardendo de tanto coçar.
A boca fechada é uma ótima idéia!
Respirar me irrita.

O nariz entupido de remédios
E a privada entupida com a minha cabeça.
Descarga.
O estado de repouso frenético
que só fica na potência,
Enquanto o ato, fraco,
É só o sonho do repouso absoluto reprimido.
Malemolência.

O girar do mundo que deixa tonto,
E a gripe que não sai
Me deixam a vontade
de não querer passar
Mais um dia na minha pele...
É a vida gritando na velocidade do espirro.

Mas meus tímpanos estouraram,
E eu... bem...
Eu nem escutei nada.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Silêncio (ou o filme mudo do amor)

A mensagem era clara como o ar.
Abri a boca pra te falar tudo que você merece.
Nenhuma palavra saiu.
O incomodo do silêncio.
Dei as costas.
A comunicação é essa casa que nunca fica pronta.

E minha raiva gritando silêncio por entre os poros da pele.
Esse órgão reflete o abismo entre os nossos universos.
Memórias.

Não faça perguntas se não entende o que eu quero dizer.
Faça silêncio - que é o melhor que você faz.
E eu faço essa poesia, muda.
O pensamento não se fala, se sente.

Não ouvia mais sua voz me chamando.
Que bom.
Fica mais fácil de entender que essas vozes que vem do meu corpo -
As vozes que vem do seu corpo -
Apenas sussurram que a comodidade do silêncio que sinto por ti, amor,
É esse grito mudo que eu quero sempre escutar.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Escola de Bruxelas

Um copo escorrega da minha mão.
O vidro se esparrama pelo chão.
A água que estava no vidro esparrama pelo chão.
E eu estou descalço.

O corpo em queda livre acelera com a gravidade,
Já dizia a cinemática burra de Galileu.
Enquanto uma pena escorrega da minha mão
E se espatifa no chão ao mesmo tempo linear.
No vácuo.

A velocidade da luz era o limite para Newton, coitado.
Sem saber dos táquions quânticos
E da auto-organização necessária do desequilíbrio,
que é a única coisa que faz a matéria enxergar.
O caos é a coisa mais coerente do universo.

O tempo reversível do -t
É o tempo ilusão-idiota de Einstein, limitado e determinista.
Que calcula tudo na teoria hermética,
Mas ignora que o calor que sai do meu pé para a água
Não volta nunca mais.

Na idiotice da física clássica,
Continuamos a anotar nas borrachas as fórmulas da estupidez universal
Passada por anos e anos pelos limitados
ao reducionismo retardado de estudar o simples
para só então o complexo.

A interação das zilhões de moléculas da água esparramada
Do copo escorregado da minha mão...
Enquanto a culpa sempre esteve nos ponteiros do relógio da cozinha -
Há milênios descompassados com o meu próprio corpo.

Nossa,
Como eu sou desastrado...

terça-feira, 6 de maio de 2008

O presente das coisas passadas

A vidente me disse que você volta pra mim.
As pessoas nunca mudam.
Somos nós que mudamos nossa visão das pessoas.
Eu mudei.
Vi outros céus, em outras cidades; outras pessoas...
Vi outros planetas girarem em torno de outros sóis, além do teu.
E a única coisa que importava era o modo como as coisas se projetavam no tempo.
O presente das coisas passadas escrito em minha testa:

A vidente me disse que eu não te esqueci.
E tua luz ofuscava qualquer cor do meu mundo.
Mas eu exergo.
Eu continuo a enxergar o teu futuro do pretérito em qualquer lugar que eu vou.
Aquela tatuagem que às vezes esqueço que tenho.
Mas está aqui.
Faz parte de mim.
Você, sempre você.

A vidente me disse que você não me faz bem.
E o que mais dói
É saber que nessa terra de cegos,
quem tem olho é louco.
Louco por saber que você não mudou nem um pouquinho.
Nem nunca vai mudar.
E, mesmo assim,
Dou as costas para essa desvairada,
Esperando o presente das coisas futuras
que nada mais é do que
O passado disfarçado de
Você,
sempre você.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Lar, doce lar

O móvel fora do lugar.
Desconforto.
Estrelas brilham no porão
Enquanto o brilho do sorriso da TV
Conforta o vazio dos outros
No primeiro andar.

Vida de tricô.
Labirinto e ponto cruz
trançado e desmantelado com a navalha cega
No quarto da vó.
Não existe amor sem medo,
Mas existe sorriso sem dente.

Pelúcia e lubrificante
No armário da filha.
Beijo de batom no guardanapo
Como se fosse o palhaço de sua própria vida.
Difamação modelete,
Deixa a visita chegar.

Hormônio de cavalo no braço do filho.
E a régua que diz sempre a mesma coisa:
Inferior.
O cão trepando na perna da mesa.
E o pai vaiando o próprio time
A espera daquele GOL fenomenal.

A mãe repara que as flores de plástico estão empoeiradas.
Espanador.
Ninguém reparou o móvel fora do lugar.
O desconforto é por conta da casa.
E as estrelas continuam a brilhar no porão...
Perdidas.

domingo, 4 de maio de 2008

Entrelinhas

Eu juro que nunca estive aqui antes.
Mais três segundos e tudo mudou novamente.
Minha ventura constrói-se entre flores e febres -
Espontânea, instantânea.

Vivo pelo mundo e o mundo vive por mim.
Entre a pele e os ossos,
Estão o bem e o mal, o certo e o errado e tudo mais entre eles.
Os furacões e terremotos não vão parar enquanto eu sentir algo denso e verdadeiro -
O caos nunca vai parar.

Sem roupas ou máscaras, sou um concreto de porcelana.
Fragilmente inexorável.
Juntar os cacos de esperança me faz sangrar.
Mas ao mesmo tempo abre a brecha para o grito -
Agora sim sinto a vida trasbordar para fora de mim.

Em memórias bucólicas e aconchegantes, escondo-me.
Mastigo doces sonhos com sabor de eterna vitória,
E no céu, reluz um alfabeto que eu inventei.
Brilha uma estrela aqui dentro -
A mesma que me aquece, a mesma que me queima.

Andar por dentro me cansa, me machuca e me mata.
Mas revela forças ocultas que me fazem crescer conciso e transparente.
A insurreição é a meta, a mudança é o combustível.
E quando a vida me oferece o pincel para pintar suas infinitas paredes brancas -
Eu juro que sempre estive aqui antes.



(Vencedora do 'Concurso de Poesias' do Colégio Santo Agostinho - 2005)

sábado, 3 de maio de 2008

beijos e blues na vitrola quebrada

Quero um amor de domingo a tarde,
De voz rouca no telefone,
De faltar trabalho com preguiça de sair dos lençóis,
Da careta mais bonita do mundo,
De café-da-manhã na cama,
De guerra de travesseiro pra acordar,
De cafuné olhando pro teto.
Quero um amor de tapa na cara e
De beijo de cinema na chuva depois.
Quero um amor que me despe com os olhos,
Que me cala com um beijo,
Que convence com o toque.
Quero um amor de um dia.
Do dia que nunca acaba depois dos anos e anos,
Das febres ardentes,
Das vidas passadas.
Quero um amor acessível,
De mensagem no celular às 4 da manhã,
De escritos no vapor do vidro do banheiro,
De portas abertas,
De janelas fechadas e riscadas pelo dedos no banco de trás.
Quero um amor de letras e poemas,
De longos filmes dos anos 30,
De beijos e blues na vitrola quebrada.
Quero um amor quero um amor que é, não tem,
Que faz, não espera,
Que canta, não fala
Que entende, não pergunta.
Quero um amor de domingo a tarde
De todas as tardes dos dias em que meu corpo durar
E depois;
Quero um amor.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Pai

O mérito da minha ternura não é teu.
Racionalizar os quinze anos desmantelados
é mais que cuspir contra-cheque de boa vizinhança.
Quero só um abraço apertado ao fim do dia.

Os valores diferentes nunca foram esse abismo debaixo do mesmo teto
Como agora.
Vidas que seguem na sintonia do sangue
até a virgula cortar o diálogo de lamento,
Você não me conhece.

Nossos sonhos convergem na alegria de ver nossos sorrisos
sorrindo separados.
O sucesso nunca deixou legado.
Incentivar não é tentar,
é dar sangue.

Se eximir da culpa com porcentagem é fácil,
Quando eu já aprendi a somar sozinho há muito tempo
com problemas que não eram meus,
eram seus.
Nos finais de semana que optei por quem me enxergava
Além do suor do próprio umbigo...

O tempo passa, de fato, as pessoas mudam.
A casa está cheia, a comida está pronta.
Mas quando mergulho no silêncio do nosso laço,
Me pergunto se é tarde demais
Praquele abraço apertado.
Sinto frio.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Apocalipse

E as sete trombetas do Apocalipse interromperam meu sonho às cinco e meia da manhã.
Olhei pro lado, você dormindo tão tranquilamente que dava até dó de avisar sobre o fim.
A fumaça do fogo vinha sorrateira pela fresta da porta.
Me vesti em silêncio enquanto rezava para tudo isso ser um sonho.
Um pesadelo - com início, meio e fim,
Uma festa com início meio e fim,
E a música que continua na minha cabeça
Enquanto você me acorda com um beliscão de bom dia, 'está atrasado'.
Mas não.
Mas o relógio não mentia, o tic-tac pulsava feito um tesão negativo na minha virilha,
me fazendo queimar os dedos de angústia ao girar a maçaneta.

A escuridão invadiu meus olhos e não pude dar aquela última olhada da despedida muda.
Na sala, meus óculos brilhavam perto abajur.
Minha pele brilhava perto do abajur de luz negra,
Fantasmagoricamente apática, vestido de Sol.
Nada mais fazia sentido.
E os discos, os livros, os posters, as poesias -
Perdidas na conjugação mais-que-perfeita desse evangelho de revelações que qualquer cigano de esquina conseguia prever.
Eu, 333, já meio besta, pé ante pé até chegar na saída,
Fechando as páginas do Apocalipse e te deixando ao deus-dará
Por não conseguir encontrar a segunda chance que a vida costuma nos dar
por entre as cinzas dos nossos entulhos;

Nessa hora, as sete trombetas do Apocalipse foram claras -
Como um piano que cai na clareira da mata-virgem e abre espaço para os pássaros voarem assustados -
Percebi que de nada adiantaria correr do Juízo Final com a marca do fim na testa
e com a certeza de saber que nunca me arrependeria dos meus pecados.
Então vendi minha alma pela salvação burra da fuga
E logo, logo comecei a sentir transfiguração de meu ser:

O câncer covarde que vinha de dentro ardia meus olhos -
Minhas veias abriam enrubescendo o rio da vida;
E, no reflexo espelhado na janela,
Pude ver os escorpiões em meus cílios
Ante a nuvem de gafanhotos lá fora;
Minha pele de rã, com chagas, que de tão profundas pareciam tumores,
Apagou o abajur,
E me deixou no escuro, sem mais brilhar, epilético e possuído,
Sem forças para ao menos banhar nossa porta com o sangue da culpa.
Eu não sentia mais culpa.
Eu pressentia a fúria do fim
Como um tesão positivo em minha virilha,
Me fazendo voltar ao quarto e te abraçar na luxúria
Desse eterno inferno que chegou para ficar.
Acorda, acorda,
Para o fim da vida gozar.