quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Duna Casanova

Chega uma hora que cansa ficar correndo atrás.
Pára, oxente, desiste desse menino!
Olha a duna passando pelos nossos pés...
Lá vai ele, tarde demais para alcançar.

Parece que gosta da solidão, Casanova, não acha?
Sempre aquele que não se corta, nem se mistura...
Aposto que não tem histórias para contar -
que passividade ausente! cansei!

Até pensei em lhe enviar uma carta, um telegrama -
"Você morreu, querido?", sarcasmo apimentado para ver se responde só de raiva;
mas percebi que nem seu endereço tenho...
sequer seu nome completo sei...!

Sabe, pensei que fôssemos amigos...
mas o que será que ele pensou, Casanova, o que será?
Não sou fantoche e cansei de dar murro em ponta de faca.
Tenho mais o que fazer do que correr atrás, tenho sim.

Não preciso de ninguém, e não quero considerar alguém que não me considera.
Lá foi ele de novo, Casanova, espia!
Essa duna caiu, odeio essa gente
Que também precisa dele, e que também não quer precisar.