sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Pirata parte II - ossos

Meu coração-bomba
é tic-tac na ponta dos dedos -
acho que vou explodir.

O martelo cai na ponta do dedo mindinho do pé;
e afunda o chão, quebra cimento, argamassa,
Quebra meu osso,
Me quebra em pedaços.

Os olhos de vidro já cansados de chorar as lágrimas de crocodilo
agora só se irritam com as lentes de contato -
Mas, eu não me irrito com mais nada
Porque toda caveira ri.

Até você ri.
Eu sei rir.

E do outro lado da ilha,
eu te falo o que você quer escutar
para se sentir em casa:

Dois passos ao leste,
setentrional,
bem no meio do mapa que eu sei de cor,
pode confiar.
Leia mais um verso,
Acelere, e veja o 'x' bem no meio da areia.

Estou aqui.

Cautela de pirata quando acha o tesouro
é tic-tac na ponta dos dedos - acho que vai explodir.
Repara no baú vazio que chegou em seus braços -
Não há mais busca, não há mais caminho,
Não há nem o doce acaso da premeditação consciente do pirata malandro...
Só há o pó dos meus ossos quebrados misturados com seu grito pela dor do martelo no dedo mindinho.

Agora ria e se enterre de novo até outro coração-bomba tentar te encontrar.