sexta-feira, 2 de maio de 2008

Pai

O mérito da minha ternura não é teu.
Racionalizar os quinze anos desmantelados
é mais que cuspir contra-cheque de boa vizinhança.
Quero só um abraço apertado ao fim do dia.

Os valores diferentes nunca foram esse abismo debaixo do mesmo teto
Como agora.
Vidas que seguem na sintonia do sangue
até a virgula cortar o diálogo de lamento,
Você não me conhece.

Nossos sonhos convergem na alegria de ver nossos sorrisos
sorrindo separados.
O sucesso nunca deixou legado.
Incentivar não é tentar,
é dar sangue.

Se eximir da culpa com porcentagem é fácil,
Quando eu já aprendi a somar sozinho há muito tempo
com problemas que não eram meus,
eram seus.
Nos finais de semana que optei por quem me enxergava
Além do suor do próprio umbigo...

O tempo passa, de fato, as pessoas mudam.
A casa está cheia, a comida está pronta.
Mas quando mergulho no silêncio do nosso laço,
Me pergunto se é tarde demais
Praquele abraço apertado.
Sinto frio.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

É para um abraço apertado (e todas as suas implicações) que serve um pai.

Esse poema mexeu comigo. De verdade.

8:07 PM  
Blogger Luifel said...

Pai é sempre pai! E ponto! Sempre tá pronto pra te ajudar sempre, te acolher sempre!

Um dia vou ser assim, espero!

Abç.

8:33 PM  
Anonymous Anônimo said...

Vini, Vini... cada vez melhor... esse seu exercício tá mesmo fazendo um bem danado pra sua escrita! Achei lindo esse "Pai". E triste, mas acho que todas as coisas lindas são um bocado tristes também. Quanto o Crime ABC, que você tanto anunciou, valeu a expectativa, sim! Seu processo criativo é uma aventura...
Beijos

11:00 PM  

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