Outono
Cortei as dálias
Pra te mostrar aqui.
Vem pra mim.
Vem dançar
com os pescoços unidos em espiral
e enrolar, enrolar
até crescer os galhos,
e dos galhos, folhas
verdes como a grama,
como meu coração
que espera cair de maduro
bem no seu cocoruto -
gravidade:
caem as flores,
caem as folhas,
caem as cores,
e somam anéis ao redor de nossos olhos
amarelos;
pelo Sol da seiva do pólen da abelha...
Eu quero tocar tua mão
e enroscar, enroscar
até impregnar a madeira de cupim
carcomido
pelo frio desse inverno
em que todos têm fome
e raiva
e agouram nossa flora
feito joão-de-barro sem lar
E com machados e serras e alicates,
Separam nossos pescoços
porque o baile acabou.
Caem as toras,
caem as farpas,
cai enfim o meu coração,
que ainda estava estava verde -
como a grama que não vejo mais
não vejo você.
Pela fábrica de mognos talhados,
risco flechas em meu peito
para quem quiser ver.
E se o mundo cair -
que não cortem mais as árvores,
mas só as sementes,
Enquanto as dálias desabrocham
onde jaz a nossa dança.
Pra te mostrar aqui.
Vem pra mim.
Vem dançar
com os pescoços unidos em espiral
e enrolar, enrolar
até crescer os galhos,
e dos galhos, folhas
verdes como a grama,
como meu coração
que espera cair de maduro
bem no seu cocoruto -
gravidade:
caem as flores,
caem as folhas,
caem as cores,
e somam anéis ao redor de nossos olhos
amarelos;
pelo Sol da seiva do pólen da abelha...
Eu quero tocar tua mão
e enroscar, enroscar
até impregnar a madeira de cupim
carcomido
pelo frio desse inverno
em que todos têm fome
e raiva
e agouram nossa flora
feito joão-de-barro sem lar
E com machados e serras e alicates,
Separam nossos pescoços
porque o baile acabou.
Caem as toras,
caem as farpas,
cai enfim o meu coração,
que ainda estava estava verde -
como a grama que não vejo mais
não vejo você.
Pela fábrica de mognos talhados,
risco flechas em meu peito
para quem quiser ver.
E se o mundo cair -
que não cortem mais as árvores,
mas só as sementes,
Enquanto as dálias desabrocham
onde jaz a nossa dança.