segunda-feira, 11 de junho de 2007

Pantera na neblina

era pantera.
tinha a garra 'grrrau', mordiscava as formiguinhas que formigavam suas patas esticadas pela infância e primavera.
e as meras panteras da biosfera queriam ser ela.
até a baba banhava os rios bonitos e premeditados seguindo o melhor ditado que vem de dentro - 'seja a Pantera de uma nova era', disse a neblina que neblinava quem a chamasse 'psiu, caí numa cratera!'.
e os problemas aumentavam e aumentavam e todas as meras panteras caíam no grande lamúrio de como-é-difícil-viver, enquanto a Pantera aumentava e aumentava e ria na atmosfera, venera essa vida que te faz crescer.
era Pantera.
e só era Pantera, porque tinha certeza que era Pantera, e a amiga-neblina, comparsa dessa doce chacina, amava a Pantera como as meras panteras amavam essa hera que matava a cratera enquanto a outra Pantera era sempre mais Ela.
Será que é medo de ser Pantera...? essa pele custa mais caro, e os caçadores espreitam as pintas que brilham no escuro, mas o futuro quem dita é Ela e, essa neblina é só o espirro do inverno das panterinhas que, coitadinhas, vão estar sempre resfriadas com o talvez-aconteça do pensar-pantera... 'ai, quem me dera... que sorte a dEla'.
era Pantera porque fez sua quimera a guiar pela neblina até que um dia, olha só, a primavera brilhou para sempre.