- Azul e Amarelo
Beijo a boca do fogão
e o gás me alimenta de carbono;
queimado vivo.
Cheiro branco dessa fila que furo
quem tiver que furar;
você sabe quem eu sou?
Sou o que você queria ser, eu sei,
Todos querem - mas só eu tenho sete vidas:
Uma a menos, por respirar.
Tendão esticado, escondo o pecado
Para não sujar os lençóis que Deus me deu -
Sou virgem sulfúrico.
A porta do inferno é burra como porta;
E eu exagero - minha língua encardida
É mutação genética: tenho febre
E a fome da Quimera que me engole vivo,
Corrói minha jóia de arsênico, faz o mundo girar -
Me enterre no seu quintal, por favor!
Bem longe do papel de bala que a rainha copula;
Bem perto do tamarindo que vai logo acabar;
É tudo teatro.
E grito “Cuidado! Cuidado!”, não me atropelem!
As lanternas engorduraram e eu, amor, não posso explodir duas vezes;
Apenas sorrio.
Minha luz te amedronta? prefiro o escuro;
mas meus lábios radioativos reluzem segredos
e balançam os berços.
Anêmonas balançam num mar sem estrelas;
E meu crânio paira solto na viga do viaduto como alga-morta,
Absorvendo os passos-terremotos.
O tiro de festim bate em meu peito e volta -
Queria saber atirar sozinho, e primeiro;
mas sem meu crachá de querubim-devasso.
Estou pronto para subir, amor, estou sim;
Mas sem bagagem, sem você, uma a menos -
fantasmas chegaram com o despertador.
Esse remédio me enjoa como caldo de galinha;
Sou flor comestível -
Teu arsênico de frutas.
E, às vezes, bem às vezes, atiço Deus e o diabo -
pensar demais é muito caro!
mas ainda bem, amor, que sempre pude te beijar.
e o gás me alimenta de carbono;
queimado vivo.
Cheiro branco dessa fila que furo
quem tiver que furar;
você sabe quem eu sou?
Sou o que você queria ser, eu sei,
Todos querem - mas só eu tenho sete vidas:
Uma a menos, por respirar.
Tendão esticado, escondo o pecado
Para não sujar os lençóis que Deus me deu -
Sou virgem sulfúrico.
A porta do inferno é burra como porta;
E eu exagero - minha língua encardida
É mutação genética: tenho febre
E a fome da Quimera que me engole vivo,
Corrói minha jóia de arsênico, faz o mundo girar -
Me enterre no seu quintal, por favor!
Bem longe do papel de bala que a rainha copula;
Bem perto do tamarindo que vai logo acabar;
É tudo teatro.
E grito “Cuidado! Cuidado!”, não me atropelem!
As lanternas engorduraram e eu, amor, não posso explodir duas vezes;
Apenas sorrio.
Minha luz te amedronta? prefiro o escuro;
mas meus lábios radioativos reluzem segredos
e balançam os berços.
Anêmonas balançam num mar sem estrelas;
E meu crânio paira solto na viga do viaduto como alga-morta,
Absorvendo os passos-terremotos.
O tiro de festim bate em meu peito e volta -
Queria saber atirar sozinho, e primeiro;
mas sem meu crachá de querubim-devasso.
Estou pronto para subir, amor, estou sim;
Mas sem bagagem, sem você, uma a menos -
fantasmas chegaram com o despertador.
Esse remédio me enjoa como caldo de galinha;
Sou flor comestível -
Teu arsênico de frutas.
E, às vezes, bem às vezes, atiço Deus e o diabo -
pensar demais é muito caro!
mas ainda bem, amor, que sempre pude te beijar.
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