segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

entre flores e febres

Me moestre a ternura dessas noites geladas de terça-feira.
Aqui, agora, nada me impede de abraçar o caos
Porque entre a água e o óleo
Jaz a calma esquecida.

Me leve para o inferno paradisíaco do amor engaiolado
Na estratosfera subcutânea de quem vive perdido.
Porque ente o zero e o um
Jaz o estampido do fim.

Me esqueça nesse jardim de paquidermes
De memória falida, de pele fina como balão.
Porque entre o caule e a raiz
Jaz o maior peso do mundo.

Me deixe afogar no vaso de cactus retorcidos
Pela fonte seca do teu amor, à deriva dos meus próprios tubarões
Porque entre as ondas e a areia
Jaz minha piscina-rasa efluída.

Me assista cantar meus segredos de banho-frio
Para regar o sertão escaldante
Porque entre flores e febres
Jaz o silêncio que é minha vida.