domingo, 14 de janeiro de 2007

No banheiro

Se desistiu de mim, é porque não tentou o suficiente.
E pra quê tentar, amor?
Se sinto teu cheiro nas roupas delas.
Me chame de cafajeste mais uma vez;
Esse cheiro de sabão não me excita.
Por que hesita em me provocar
se sabe que eu mordo, amor?
Você não gosta?
Meu não não é talvez, é não,
mas talvez para você seja talvez
quando vier sem roupa, claro,
Talvez engane um otário,
mas a mim não, amor,
Você nunca me enganou.
Deixa eu lamber teus lábios
como se fossem selados, puritanos...
Como se nunca fossem meus esses arranhões em tua pele, amor,
Eu sei o que te faz chorar
de dor;
tocando tua espinha que não espeta,
E só me faz querer vadiar
até te encontrar com a doença da vida.
Você sente meu cheiro nas roupas deles?
Não sou gigolô, sou cafetão,
mas também cafajeste,
como você, amor...
que me disse que eu não presto,
mas me encontra no banheiro
preu escutar teu sim gemido...
Deixa o tentar pra mais tarde,
E esse reclamar, deixa de lado...
Pois, se desistiu de mim, amor,
é porque já vestiu tuas roupas de novo.