quinta-feira, 17 de abril de 2008

Vento

Assoprei a água pelo rio sem fim
E as ondas do círculo dos círculos abriram a veia dos meus ancestrais
Como a brisa-tufão que cuspi dos meus lábios;

Era você.

Beijei sua boca com batom-de-carvão da carne viva e queimada
Pelo meu fogo já apagado, mas que ainda arde.
Ora, que besteira, fogo não pensa, só sente.

Eu te sinto.

E te aumento pelos dedos que lambem as ásas dos pássaros
Parados -
Enquanto o mundo é que corre para que eles plainem inertes.

Eu sou vento.

E já que ninguém me alcança,
Deixa eu te alcançar sem que você perceba,
Trazendo a doença e a cura do furacão desse desejo em movimento suspirado por mim nesse rio sem fim:

Eu quero só você.