Cinderela
Catando as pérolas caídas sem ninguém perceber. O alarde amedronta aquele peito desabrochado, já escondido num manto púrpura de neon digno de uma princesa cuja dinastia perdida tenta encontrar naqueles velhos axiomas sagrados que cansou de ler para escrever seu próprio - o mais perfeito e rutilante livro dos seus sonhos.
Mora no baile desde então. E conhece aqueles frequentadores assíduos tão bem como as palmas de suas mãos - sempre cobertas por luvas, desde que se entende por princesa de verdade.
Na dança, esquece os problemas ofuscados pela luz dos anéis brilhantes, emitindo o prisma da verdade que cabe naqueles quadradinhos refletidos na parede opaca da vida, bem maiores que as doze badaladas, porém, menores que seus medos.
Retoca a maquiagem na surdina, enquanto o palhaço de sua própria vida a persegue em cada borrão daquele batom importado de um reino distante, perto dos seus ideais desmanchados pela decêncida decadente que cismava em ultrajar na terra da moral impecável e dos hábitos vazios.
Na fumaça do cigarro, escondia cicatrizes deixada pelo amor verdadeiro, esperando, lá no fundo, um próximo príncipe reluzido num dos seus drinques inebriantes. Ó princesa, sempre pondo a música mais alta para cobrir o silêncio desse coração-de-pedra que anseia bater no mínimo relance do amor encantado, mas que só palpita munido pelas drogas de ressaca da nova vida opulenta.
E a riqueza da Lua e da vódega transparentes como seus olhos cansados já não deixa mais mentir. Que vida é esse de só querer sentir prazer imediato sobre o sapato de cristal? Se tudo estivesse em prosperidade, por quê essa poça de sangue e lágrimas do passado não evapora da entrada dourada do seu castelo? Por que esconde suas jóias raras dos seus mais especiais convidados, perdidos na multidão da sua festa vazia? Por que tem medo dessa festa acabar e da valsa dos sonhos parar de tocar?
São essas pérolas escondidas que te levam ao chão humilhada, catando nos destroços ocultos qualquer pingo de emoção estável. São essas pérolas que te subjulgam a um pó solitário no tapete da festa, sob sua estátua de cobre, por todos olhada, mas por ninguém tocada.
Seu reinado nunca sequer chegou a exisitir. Entre as lágrimas que chora sem saber porquê e as mil-e-uma histórias que tenta resgatar nas tábulas rasas do passado, aceite que já era o tempo das pérolas, perdidas para sempre nesse mar de sorrisos impessoais do seu mundo de desilusões. Sua coroa brilha mais sem tantos apetrechos e fantasias.
Sua coroa é você.
Mora no baile desde então. E conhece aqueles frequentadores assíduos tão bem como as palmas de suas mãos - sempre cobertas por luvas, desde que se entende por princesa de verdade.
Na dança, esquece os problemas ofuscados pela luz dos anéis brilhantes, emitindo o prisma da verdade que cabe naqueles quadradinhos refletidos na parede opaca da vida, bem maiores que as doze badaladas, porém, menores que seus medos.
Retoca a maquiagem na surdina, enquanto o palhaço de sua própria vida a persegue em cada borrão daquele batom importado de um reino distante, perto dos seus ideais desmanchados pela decêncida decadente que cismava em ultrajar na terra da moral impecável e dos hábitos vazios.
Na fumaça do cigarro, escondia cicatrizes deixada pelo amor verdadeiro, esperando, lá no fundo, um próximo príncipe reluzido num dos seus drinques inebriantes. Ó princesa, sempre pondo a música mais alta para cobrir o silêncio desse coração-de-pedra que anseia bater no mínimo relance do amor encantado, mas que só palpita munido pelas drogas de ressaca da nova vida opulenta.
E a riqueza da Lua e da vódega transparentes como seus olhos cansados já não deixa mais mentir. Que vida é esse de só querer sentir prazer imediato sobre o sapato de cristal? Se tudo estivesse em prosperidade, por quê essa poça de sangue e lágrimas do passado não evapora da entrada dourada do seu castelo? Por que esconde suas jóias raras dos seus mais especiais convidados, perdidos na multidão da sua festa vazia? Por que tem medo dessa festa acabar e da valsa dos sonhos parar de tocar?
São essas pérolas escondidas que te levam ao chão humilhada, catando nos destroços ocultos qualquer pingo de emoção estável. São essas pérolas que te subjulgam a um pó solitário no tapete da festa, sob sua estátua de cobre, por todos olhada, mas por ninguém tocada.
Seu reinado nunca sequer chegou a exisitir. Entre as lágrimas que chora sem saber porquê e as mil-e-uma histórias que tenta resgatar nas tábulas rasas do passado, aceite que já era o tempo das pérolas, perdidas para sempre nesse mar de sorrisos impessoais do seu mundo de desilusões. Sua coroa brilha mais sem tantos apetrechos e fantasias.
Sua coroa é você.
4 Comments:
que orgulho que tenho de seu tua amiga. te amo! rah
*de ser
acho q nunca vou conseguir comentar sobre esse texto.
vc sabe né.
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o novo conto da cinderela, no país de nunca jamais..
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