segunda-feira, 16 de outubro de 2006

terça-feira

Um dia você acordou e pensou saber tudo sobre mim. Porque isso, porque aquilo, porque eu tentava escandalosamente ser o centro das atenções desse meu mundo vazio, tão fraco como os raios do Sol dessa manhã de terça-feira.
Um dia você acordou e pensou desvendar meu infinito - mais finito que seus sonhos banhados pelo inconsciente metódico da sua lógica perfeita e implacável, só seria mais um dia de prazer artificial na sua órbita estável.
Um dia você acordou e pensou ter engolido o mundo, mas meus dedos mutantes não deixavam matéria escapar, pequenos demais pra conter seu arfar, e dizer que te amo, mesmo de nada adiantar.
Um dia você acordou e digeriu pessoas com uma sagacidade enfadonha, que entra pra ganhar, que argúe pra fincar sua bandeira em toda e qualquer pegada na areia da praia do meu peito, vamos lá, me deixe mais uma vez sem jeito.
Um dia você acordou e moderou todo e qualquer movimento, decifrando o calcular na sua mente que pensa depressa, veloz infinito, poder que apressa o subjulgar às peças do jogo, diminui as chances de dormir ao meu lado de novo pra aumentar a provocação que excita teu fogo.
Um dia você acordou sem me abraçar, afim de me usar para seu vazio acalentar, mas, nesse dia, eu não estava junto, não estava perto, parti o mundo quando eu desperto, pois nesse mesmo dia eu acordei e esqueci de te dizer 'bom dia'.