domingo, 29 de outubro de 2006

Luz Xadrez

Sou um.
Sou dois.
Sou três.
Peões correm na frente,
E o imã ligado ao rei reluz
Nessa pista de dança que transformo
Num simples toque por ser meu cheque-mate.
Cavalos na tropa de choque e quadrados embaralhados
Na minha estratégia perdida. Engulo peças que trazem a vida
Nessa torre de marfim, pulei suicida no vale-de-mim
Diagonal retaguarda;
Sacrifico a rainha antes da batalha começar.
Nem sei mais o que tinha, sem escudo, só espada,
Relembro nesse xadrez monocrômico que não me resta mais nada
aqui, a não ser ser mais de mil
Nessa luz que reluzo multifacetada
Só sei que ter o dom da palavra
É ter o tudo.
É ter o nada.