sexta-feira, 10 de novembro de 2006

furto

Roubei tua poesia pra estender no horizonte que seca mais rápido.
Mas teu lençol nunca secou, esse varal me degolou.
Reli aqueles versos que me releram implacáveis no meio da floresta que termina com um ponto final.
Mas tua muda não me esperou, essa semente já estourou.
Tentei sorver teu belo em meus poros entupidos, numa vontade louca de querer ter alguém pra me ter.
Mas teu verão não chegou, aquele outono congelou.
Refiz o prato espatifado em teu segundo, menor que o meu, todo tempo ao teu lado era serventia dessa alma quebrada, vem me juntar.
Mas tua cola é farinha, não cola nem minha mão com a tua.
Guardei tuas rimas pro meu coração bater com esse poema, no tique-taque dos teus beijos que me hipnotizam, me afogam no teu oceano.
Mas teu salvar não ecoou, aquele abismo aumentou.
Roubei tua poesia pra sentir teu cheiro pra sempre, pra te guardar num quadro perto da arrebentação do meu amor.
Mas minha onda o quebrou, teu lençol molhou, nosso tempo acabou.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

..broken.



essa foi.

10:02 PM  

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